No Dia da Europa – 9 de maio, a Representação da Comissão Europeia em Portugal premiou, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, os projetos nacionais vencedores do concurso “ElevatorPitch – IdeiasQueMarcam”, que contou com 133 candidaturas, de que resultaram 16 projetos finalistas.
Entre os projetos finalistas que concorreram, foram vencedores os portugueses Easy Blood Crossmatch, na categoria de projetos nascentes, e o Trigger Systems, na categoria de projetos consolidados.
O Easy Blood Crossmatch baseia-se numa tecnologia que permite um teste rápido e seguro de compatibilidade do sangue, fundamental para acelerar os procedimentos médicos em situações de emergência hospitalar.
O Trigger Systems desenvolveu uma plataforma web que permite o controlo remoto, automático e inteligente de sistemas de rega, que leva a poupanças e contribui para a otimização de processos.
A entregar os certificados dos prémios (5 mil euros) estiveram Carlos Moedas, Comissário Europeu da Investigação, Ciência e Inovação, e Graça Fonseca, secretária de Estado adjunta e da Modernização Administrativa, que destacaram as duas startups portuguesas vencedoras: a Easy Blood Crossmatch, e a Trigger Systems.
“Acredito que os prémios são um dos melhores incentivos para os empreendedores“, afirmou Carlos Moedas. Por experiência própria, o comissário europeu destacou a motivação associada a estes prémios: “Sei o que é ser empreendedor. É estar sozinho, é difícil. Ser empreendedor é enfrentar tudo contra tudo e contra todos. Mas se conseguirmos, alcançamos algo que outros não conseguem“.
Segundo o comissário europeu, a motivação principal do empreendedor não é o dinheiro, mas sim ter um “selo europeu“. “As redes de conhecimento são o mais importante e levam-nos para outro patamar. O mundo hoje é de criação de redes contínuas. Aquilo que estão (os empreendedores) a começar aqui hoje é um caminho numa união europeia que quer mais inovação, mais empreendedorismo“, acrescenta, rematando: “Aquilo de que mais me arrependi foi dos riscos que não tomei“.
Para Graça Fonseca, secretária de Estado adjunta e da Modernização Administrativa, para promover o empreendedorismo é preciso falar, ouvir e ver. “É preciso criar algo para um problema, uma necessidade que esteja identificada, que faça falta. Sair da nossa bolha“, referiu esta terça-feira.
Dando como exemplos projetos públicos como o Simplex ou o orçamento participativo do Estado – “em que perguntámos às pessoas o que fariam com 3 milhões de euros” -, a secretária de Estado diz que o mais importante é pensar em algo novo. “Mas para isso é preciso ir, ouvir, falar e identificar problemas“.
Graça Fonseca reconhece que o ecossistema empreendedor tem estado muito afastado do Estado. “Mas é preciso mudar. O setor público é o melhor para testar produtos e serviços” e também porque “aproximar os jovens empreendedores do Estado contribui para haja confiança. Essa confiança tem de existir“, acredita a governante.
Fonte: Representação CE Portugal/BE 2017/Expresso